quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O inverso da violência


Fala-se muito da violência doméstica contra crianças e adolescentes, mas algo estranho está acontecendo em muitas famílias. E, infelizmente, penso que vai acontecer cada dia mais. Refiro-me  à violência dos filhos contra seus pais ou cuidadores. É sobre esse tipo de violência que eu quero conversar com você.
Diante de tantos direitos adquiridos, alguns menores estão fazendo confusão entre o que podem e o que não podem fazer. Com isso, lançam mão de certos direitos para agredir seus pais e até chantageá-los quando estes não fazem o que eles querem. O caso que narro a seguir serve para ilustrar, o que acontece com muitas famílias.
Giovana, de 13 anos, num fim de semana, desapareceu de casa. Desesperados, seus pais começaram a procurá-la por todos os lados. Escola, praças, casa de parentes e amigos, shoppings... Finalmente a encontraram  na casa de uma amiga. Apesar de ter pedido à amiga que não dissesse a ninguém que ela estava lá, a mãe dessa amiga, sem saber desse pedido, contou aos pais de Giovana que ela estava passando o fim de semana em sua casa. Os pais da adolescente fujona ficaram espantados com a atitude da filha. Foram buscá-la, mas ela não quis voltar para casa com eles. Diante da insistência dos pais, Giovana começou a dizer que não iria para casa porque sofria maus tratos da parte deles. Que susto eles levaram! Mas, por conhecerem sua filha e saberem do que ela seria capaz, abriram mão de sua autoridade e desistiram de levá-la para casa naquela hora. Deixaram para resolver a questão mais tarde. O fim de semana acabou, e Giovana teve que voltar para casa. Voltou com muita raiva de seus pais porque, segundo ela, eles não a deixavam viver do jeito que ela queria. Então ela decidiu que iria ao Conselho Tutelar e denunciaria seus pais por maus tratos. Pois foi o que ela fez. Seus pais sofreram muito com essa falsa denúncia feita pela própria filha, de quem se tornaram reféns. Isto porque, a todo instante, Giovana chegava com uma novidade e, se eles não lhe dessem permissão para fazer o que queria ou deixassem de atender o seus desejos, ela os ameaçava com novas denúncias. Percebi no olhar daqueles pais a tristeza que a filha lhes causava. Mas eles não desistiram dela e, para nossa alegria, agora, vivem juntos em harmonia, como deve ser a vida em família.
Esse é um tipo de violência ao inverso. Foi a filha quem tratou os pais com violência. Isso também não pode acontecer! Os filhos precisam saber que têm direitos, sim, mas que também tem deveres para com os pais. E um desses deveres é a obediência. Aliás, esse dever está registrado na Bíblia. Veja: ''Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é certo.'' Efésios 6.1.
A violência não pode ser aceita em nenhuma circunstância. Ninguém pode se tornar refém dela. Os membros da família precisam aprender a se relacionar em harmonia, tendo sempre em mente quais são os seus direitos e deveres.

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